sábado, 2 de julho de 2011

Graforréia Xilarmônica




Talvez este possa ser considerado o melhor disco de estréia que jamais foi produzido por qualquer banda do Universo. As 18 faixas de Coisa de Louco II são o supra-sumo concentrado e aperfeiçoado da chinelagem adquirida no bairro Bomfim de Porto Alegre e disseminada psicodelicamente em papeletes de jovem guarda underground cuidadosamente mesclada com música regionalista gaúcha e pitadas de rock'n roll gringo dos anos sessenta.

Formada por Frank Jorge, Marcelo Birck e Alexandre Ograndi em 1987, a Graforréia Xilarmônica tornou-se cult em Porto Alegre em função de uma fita demo lançada em 1988 chamada “Com Amor, Muito Carinho”, que acabei conhecendo graças ao meu amigo Fabiano Carvalho, colega de faculdade, em 1994, um ano antes do lançamento de Coisa de Louco II, já com o guitarrista Carlo Pianta no lugar de Marcelo Birck.

Começando por "Literatura Brasileira" e a guitarra cítrica de Carlo Pianta, passando pelo baixo estonteante de Frank Jorge em "Bagaceiro Chinelão" – que perpassa na verdade todas as músicas do disco, e é uma das marcas registradas da Graforréia - , chegando, ainda no começo do disco, no hit "Você foi Embora", que acabou virando videoclip e tocou bastante na MTV Brasil o disco não conta com pontos fracos. O gosto pessoal de cada ouvinte pode levá-lo a dizer: as minhas preferidas são "Empregada", "Nunca Diga", "Amigo Punk" e "Rancho" ou então, Nááá, eu prefiro, "Tive Teu Nome", "Minha Picardia", "Denis", "Se Arrependimento Matasse" e "Eu Digo 7"; ainda, um vivente sentado lá no fundo da sala manda um bilhete dizendo que suas preferências recaem mais por "Grito de Tarzan", "Patê", "Twist", "Hare", "Benga Velha Companheira" e "Se Você Não Quis".

Um disco que não cansa de tocar na minha vitrola. Só fico preocupado com o fato de, se ele realmente gastar, como vou encontrar outro, já que está esgotado nas lojas? Acho que preciso me agilizar e providenciar uma cópia de segurança...
Rafael Reinehr