terça-feira, 13 de setembro de 2011

NEI LISBOA

Conheça um pouco da vida e trajetória musical de um dos maiores músicos gaúchos que fará o show de encerramento do 25º Musicanto



          Nei Tejera Lisboa é um dos mais importante músico da MPB, idolatrado no sul do país, seu estilo musical combina uma rica mistura de ritmos e harmonias. Nascido em 18 de janeiro de 1959, em Caxias do Sul (RS). Reside em Porto Alegre desde os seis anos de idade, tendo vivido largas temporadas em outras capitais brasileiras e também nos EUA, onde concluiu o segundo grau.
         Mas sua ligação mais forte é mesmo com Porto Alegre, onde mantém um público fiel, e mais especificamente no bairro Bomfim, onde morou por mais de 20 anos. É irmão mais moço - entre sete - de Luiz Eurico Tejera Lisbôa, primeiro desaparecido político brasileiro cujo corpo pôde ser localizado, no final dos anos 70.

         Nei Lisboa tem oito discos lançados nas últimas duas décadas, além de um romance editado no Brasil e na França. A paixão pela música surge na infância no Liceu Musical Palestrina e se consolida ao ingressar, em 1977, no curso de Composição e Regência da UFRGS.
         Sua carreira artística inicia em 1979, com os espetáculos "Lado A Lado" e "Deu Pra ti, Anos 70", em parceria constante com o guitarrista Augusto Licks, futuramente músico do Engenheiros do Hawaii. Seu primeiro disco é uma produção independente viabilizada pela venda de bônus, Pra Viajar No Cosmos Não Precisa Gasolina, lançado em 1983. Um ano depois, em 1984, por intermédio da gravadora ACIT, ele lança seu segundo disco, Noves Fora. (Em 1992, a mesma gravadora reuniu em CD os dois trabalhos numa compilação intitulada Eu Visito Estrelas).

         Ao final de 1986, Nei assina contrato com a gravadora EMI-Odeon, que resultaria em dois discos:
Carecas da Jamaica, de 1987, pelo qual recebe o Prêmio Sharp de artista revelação; e Hein?!, lançado em 1988, obra que também marca sua trajetória de forma indelével. (Ambos os discos foram relançados em CD pela EMI, em 1999.)
         Em 1989, Nei celebra seus dez anos de carreira com a temporada do espetáculo "Dez Anos Antes... Dez Elefantes" e com o público de quase dez mil pessoas que assiste a comemoração. Em seguida, parte para sua primeira incursão na literatura, o romance "Um Morto Pula A Janela", lançado em 1991 pela editora Artes & Ofícios, relançado pela editora Sulina em 1999, e com uma tradução francesa editada pela L’Harmattan em 2000.
         Em 1993, depois de algumas temporadas entre Porto Alegre e Montevidéu, Nei grava ao vivo no Theatro São Pedro o disco Amém, reunindo canções próprias e clássicos da música popular urbana uruguaia, e acompanhado por músicos daquele país, entre outros tantos brasileiros. É seu primeiro trabalho a sair simultâneamente em vinil e CD, distribuído pela Som Livre. (O CD é relançado em 1999, pela Paradoxx.)
         Nei volta ao disco em 1998 - depois de dividir-se, por alguns anos, entre o palco e o birô Aleph Editorial, hoje editora que concentra toda a sua obra -, e excursiona pelo sul do Brasil embalado pelo sucesso de Hi-Fi, um apanhado de clássicos da música pop e do repertório folk que influenciou o seu início de carreira nos anos 70. Lançado pela Paradoxx e gravado também ao vivo no Theatro São Pedro, em Porto Alegre, o CD provoca uma onda de relançamentos dos trabalhos anteriores. Em 1999, Nei revisitou músicas suas de todas as épocas na turnê do show que marcou a comemoração de seus 20 anos de carreira.

         Relógios de Sol é o álbum de Nei lançado em julho de 2003 pelo selo Antídoto da gravadora ACIT. Em 2006, a cantora carioca Simone Capeto lançou o álbum Bom Futuro, interpretando apenas canções de Nei Lisboa.

         Translucidação, último disco de Nei, apesar de não trazer nenhuma surpresa (o que em casos como o dele é quase uma benção), conta mais um capítulo de sua longa carreira. Contando com uma banda afiadíssima (Paulinho Superkovia na guitarra, Lucas Esvael no baixo, Luiz Mauro Filho no teclado e Mano Gomes na bateria), destila suas canções características em letras inspiradas, como podemos ouvir em “Tropeço” e “A Verdade Não Me Ilude”. Além disso, transita também pelo repertório de Caetano, regravando “Muito”, e Oasis, com uma bela versão de “The Importance Of Being Idle”.

Discografia

• Pra Viajar no Cosmos Não Precisa Gasolina (1983)
• Noves Fora (1984)
• Carecas da Jamaica (1987)
• Hein?! (1988)
• Amém (1993)
• Hi-Fi (1998)
• Cena Beatnik (2001)
• Relógios de Sol (2003)

sábado, 2 de julho de 2011

Graforréia Xilarmônica




Talvez este possa ser considerado o melhor disco de estréia que jamais foi produzido por qualquer banda do Universo. As 18 faixas de Coisa de Louco II são o supra-sumo concentrado e aperfeiçoado da chinelagem adquirida no bairro Bomfim de Porto Alegre e disseminada psicodelicamente em papeletes de jovem guarda underground cuidadosamente mesclada com música regionalista gaúcha e pitadas de rock'n roll gringo dos anos sessenta.

Formada por Frank Jorge, Marcelo Birck e Alexandre Ograndi em 1987, a Graforréia Xilarmônica tornou-se cult em Porto Alegre em função de uma fita demo lançada em 1988 chamada “Com Amor, Muito Carinho”, que acabei conhecendo graças ao meu amigo Fabiano Carvalho, colega de faculdade, em 1994, um ano antes do lançamento de Coisa de Louco II, já com o guitarrista Carlo Pianta no lugar de Marcelo Birck.

Começando por "Literatura Brasileira" e a guitarra cítrica de Carlo Pianta, passando pelo baixo estonteante de Frank Jorge em "Bagaceiro Chinelão" – que perpassa na verdade todas as músicas do disco, e é uma das marcas registradas da Graforréia - , chegando, ainda no começo do disco, no hit "Você foi Embora", que acabou virando videoclip e tocou bastante na MTV Brasil o disco não conta com pontos fracos. O gosto pessoal de cada ouvinte pode levá-lo a dizer: as minhas preferidas são "Empregada", "Nunca Diga", "Amigo Punk" e "Rancho" ou então, Nááá, eu prefiro, "Tive Teu Nome", "Minha Picardia", "Denis", "Se Arrependimento Matasse" e "Eu Digo 7"; ainda, um vivente sentado lá no fundo da sala manda um bilhete dizendo que suas preferências recaem mais por "Grito de Tarzan", "Patê", "Twist", "Hare", "Benga Velha Companheira" e "Se Você Não Quis".

Um disco que não cansa de tocar na minha vitrola. Só fico preocupado com o fato de, se ele realmente gastar, como vou encontrar outro, já que está esgotado nas lojas? Acho que preciso me agilizar e providenciar uma cópia de segurança...
Rafael Reinehr

sábado, 18 de junho de 2011

Grandes discos do Rock Gaúcho 20


O Rock Gaúcho é cultuado por todo o tipo de gente no Brasil inteiro. Brasília, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro e outras cidades veneram alguns dos artistas de Porto Alegre. O romântico Frank Jorge, o surrealista Plato Divorak e Júpiter Maçã, com sua poesia psicodélica, são grandes ícones do rock feito no sul. No entanto, engana-se quem pensa que a genialidade está restrita aos compositores mais conhecidos. Muitos instrumentistas também são responsáveis pela clássica sonoridade da região.

Um dos grandes exemplos é o guitarrista Beto Nickhorn e sua inseparável Rickenbacker. Ele começou a tocar na cena no final da década de 80, e em pouco tempo ganhou fama com suas guitarras influenciadas por rock inglês. Além de ser beatlemaníaco assumido, Beto foi um dos primeiros a levantar a bandeira MOD na cidade, com franjinha a lá Paul Weller e presença de palco matadora, no melhor estilo Pete Townshend.


Particpou de bandas como Dellips, Lovecraft, Plato Divorak & os Shazans, Plato Divorak e os Analógicos, Wander Wildner, She´s OK e Hipnóticos. Sua primeira banda a atingir sucesso local foi o Lovecraft, formada em parceria com o cantor Plato Divorak. Algumas canções do grupo tornaram-se hinos do Rock Gaúcho, como "Amônia" e "Mulheres Executivas". A sonoridade bizarra, com influências sixties, além de outros barulhos era a marca registrada do Lovecraft.

Outro grupo a se destacar na cena foi o trio Hipnóticos, completado por Marcelo Gross (bateria) e Júlio Cascaes (baixo e voz). O grupo mod lançou o cd "Garage Laboratorium" em 2001 com diversos hits influenciados por Kinks, Who e algumas garageiras Nuggets. "Johnny Dilema", composição de Beto, abre o cd com um punch incrível.

Atualmente, Beto Nickhorn se dedica à carreira solo, com apoio d'Os Caras com um cd gravado intitulado Beto Nickhorn Os Caras de 2005. Disco este, que mantém a sonoridade mod, mas apostando em um lado mais brasileiro, com influência de Ira!, Charts e até Jovem Guarda...

Papel de Mau é o terceiro álbum de estúdio da banda Os Replicantes, a maior banda de Punk cantado na língua de Camões. Contando com Luciana Tomasi (produtora da banda desde o início) nos teclados e backin vocals para dar mais "substância" as harmonias do grupo, é o último lançamento com a formação clássica.

Após dois shows de divulgação, Wander Wildner sai da banda para seguir carreira solo. O baterista Carlos Gerbase vai para o front e se torna o vocalista da banda. O amigo Cleber Andrade, também baterista dos Cobaias, assume as baquetas do grupo.

O vinil trás vários "hits" da banda, entre eles "Só Mais Uma Chance", "Minha Vizinha", "Negócios à Parte", "Problemas", "Fankestein Bonito", "Papel de Mau" e "Falsificação", ou seja o disco é quase uma coletânea de grandes sucessos dos imortais Replicantes...

CARTAZ DO 25º MUSICANTO

terça-feira, 24 de maio de 2011

BEDEU - SWING POPULAR BRASILEIRO

Jorge Moacir da Silva, o Bedeu, partiu no dia 05 de agosto de 1999 deixando saudosos todos aqueles que balançaram ao som do swing, do samba e do rock produzidos por este cantor e compositor gaúcho. Entre os inúmeros sucessos deixados por ele, quem não recorda de Menina Carolina, Kid Brilhantina, Minha Preta, Não Joga Nada e Quer Massagem, Flor, Nega Olívia, Toca Direito, Olegário e tantos outros.



A carreira de Bedeu teve início nos anos 70, quando teve uma passagem por São Paulo, convivendo com grandes músicos e tendo várias de suas composições gravadas por gente como Neguinho da Beija-Flor, Jair Rodrigues, Wilson Simonal, Originais do Samba, Dhema, Bebeto e Luis Wagner. Como instrumentista de percussão, gravou com Eduardo Assad, Nelson Aires, Cesar Camargo Mariano, Dudu França, entre outros.

Em 75, de volta à Porto Alegre, fundou o Grupo Pau Brasil, ao lado de Cy, Alexandre, Nego Luís, Leco e Leleco Telles. Com dois LP’s gravados, eles foram responsáveis por uma verdadeira reformulação no samba, criando um estilo próprio ao fazer uma ponte entre o rock e o samba. O primeiro disco, “O Samba e Suas Origens” (1978), foi lançado pela Beverly/Copacabana e o segundo, “Pau Brasil” (1979), saiu pela Continental.

Em 83, lançou-se em carreira solo, com o LP “África no Fundo do Quintal” (Copacabana). Em 88, a Continental lançaria a coletânea “Samba Rock em Dois Tempos”, com duas músicas de Bedeu: Kid Brilhantina e Tribo Guerreira, além de “Um Zero pra Bedeu”, de Luis Vagner.

Depois, em 93, lançaria o CD “Iluminado”, gravado em São Paulo e que traz algumas pérolas do samba-rock brasileiro, como "Saudades de Jackson do Pandeiro" (parceria com Luis Vagner) e "Kid Brilhantina" (parceria com Alexandre). São dessa época dois discos produzidos pelo SBT, “Remix do Samba - Volumes I e II”, onde Bedeu atua como intérprete, além da coletânea “Nos Bailes da Vida”, pela Warner, onde aparecem "Nega Olívia", "Minha Preta" e "Menina Carolina".

Em 98, lança seu último trabalho, o CD Swing Popular Brasileiro, com apoio da Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre, reunindo alguns clássicos e composições inéditas, uma delas com seu novo parceiro Totonho Villeroy.

Em 2001, sairia o CD “Tributo ao Bedeu”, com apoio do Fumproarte e da Prefeitura de Porto Alegre, gravado ao vivo no Auditório Araújo Vianna, com produção de Alexandre e Márcio Gobatto. Neste trabalho, vários de seus amigos e parceiros homenageavam sua obra, entre eles, Nanci Araújo, Gelson Oliveira, Wilson Ney, Lúcia Helena, Xandelle, além de seus parceiros da época do Grupo Pau Brasil, como Leleco Teles, Alexandre, Leco, Paulinho Romeu e Cy, entre outros. Bedeu nasceu em Porto Alegre, no dia 04 de dezembro de 1946.

NELSON COELHO DE CASTRO



Nelson Coelho de Castro nasceu em Porto Alegre no dia 17 de abril de 1954. A vocação pela música vem de casa: escuta desde pequeno a mãe cantarolar clássicos da MPB via Rádio Nacional e o pai a tocar gaita de boca com os tios. Entre 1965 e 68, participa do grupo de meninos cantores do Colégio São João.

Nas Rodas de Som projeto de Carlinhos Hartlieb de 1975, Nelson faz sua estréia como compositor. Em 1976 participa dos Festivais Universitários da PUC. Ali, com a música "Futebol", recebe o Prêmio de Originalidade. No mesmo ano em que se forma em Jornalismo - 1977 - realiza seu primeiro espetáculo E O Crocodilo Chorou, ao lado do seu grupo Olho da Rua e dirigido por Luciano Alabarse.

Em 78, as canções "Rasa Calamidade" (sobre a miséria e altivez da Vila Cruzeiro do Sul de Porto Alegre) e "Águias" irão fazer parte primeiro registro fonográfico de seu trabalho através do LP, histórico, o coletivo Paralelo 30, produzido pelo jornalista Juarez Fonseca.

Em 1979, lança seu primeiro compacto, Faz A Cabeça e, entre 80-81, produz e lança, o primeiro disco independente produzido no Estado, Juntos - um marco na música gaúcha e que vai influenciar outros compositores neste segmento alternativo, esse trabalho foi relançado em CD em 1996.

Já em 83, grava o LP Nelson Coelho de Castro (RGE), o sucesso "Vim Vadiá", marcou época. No mesmo ano em que vence o 1º Festival Latino Americano da Canção - Musicanto. Recebe o Prêmio Tibicuera com o musical infantil "Cidade do Lugar Nenhum"; participa da trilha sonora do filme Verdes Anos, com a canção "Armadilha" e ganha o título de Personalidade do Ano pela crítica especializada.

Com o disco Força D'água (Ariola) em 85, tem seu primeiro lançamento nacional. Ainda nesta época recebe o Prêmio Açorianos - Melhor Trilha Sonora para Teatro - para a peça o Doce Vampiro, de Carlos Carvalho. Foi um dos fundadores da Cooperativa dos Músicos de Porto Alegre sendo o primeiro presidente de 87 a 89.

Em 1991, fez parte do espetáculo Compor Canta Lupi, em homenagem a Lupicínio Rodrigues, resultando em um LP, onde ele canta "Esses Moços".

Em 1996, inicia a gravação do quarto disco de sua carreira: o Cd, Verniz da Madrugada que conquista três Prêmios Açorianos: Melhor Disco do Ano, Melhor Compositor e Melhor Disco de MPB.

Com o show "Juntos Ao Vivo" com Bebeto Alves, Gelson Oliveira e Totonho Villeroy conquista o Prêmio Açorianos de Melhor Espetáculo do Ano de 1997 e Disco do Ano e Disco de MPB em 1998.

Em 2000, lança o Cd Coletânea, com músicas de seu segundo e terceiro discos pela gravadora Barulinho.


É selecionado para o projeto "Itaú - Rumos Culturais, Cartografia Brasileira". O Projeto lança uma coleção chamada "Cartografia Musical Brasileira", de dez CDs divididos regionalmente, que estabelece uma amostragem de 78 artistas e grupos independentes (sejam novos ou veteranos), abrangendo variadas vertentes da música popular e instrumental. Sob patrocínio do Itaú, o pacote é viabilizado comercialmente pela associação de dez gravadoras independentes espalhadas pelo Brasil inteiro. Nelson participa com as faixas "Ele Vem de Manhã" e "Colombina".


Em 2001 sai o Cd Da Pessoa (Fumproarte), pelo qual recebeu novamente o Premio Açorianos de Música. Tem 15 músicas, todas de autoria de Nelson (apenas uma, “Pérola no Veludo”, é em parceria com Cezar Ulysses Coelho de Castro). Várias delas têm menos de um minuto, podendo até ser definidas como vinhetas. Mas é importante notar que elas não são brincadeirinhas, como geralmente as vinhetas são.

Um dos destaques do disco é “Futebol”, música com a qual Nelson Coelho de Castro venceu o prêmio de originalidade no festival Musi-PUC em 1977. A instrumentação típica do samba é usada sem que se configure o ritmo de samba, enquanto na letra o compositor fala de dribles e impedimentos – metáforas à ditadura, pra enganar a censura dos militares.

Além de Nelson (voz e violão), o disco tem a participação de Edílson Ávila (guitarra e violão), Mário Carvalho (baixo), Michel Dorfman (teclados) e Fernando do Ó e Giovani Berti nas percussões.

A parceria com Bebeto Alves, Gelson Oliveira e Totonho Villeroy foi repetida em 2002, quando fizeram uma turnê pela Europa (Paris, Viena e Munique) para o lançamento do Cd Povoado das Águas, fazendo, no retorno, uma apresentação no Fórum Social Mundial de Porto Alegre, para mais de 70 mil pessoas.

Em 2004, faz a pré-produção do seu novo trabalho e a gravação do Cd A Cidade do Lugar Nenhum, premiado espetáculo infantil. É classificado com a música "Cidade" parceria com Sérgio Napp no concurso sobre músicas de Porto Alegre.

Em 2005 participa do Projeto Sonoras Energias, patrocinado pela AES Sul, em um roteiro por seis cidades do interior gaúcho, continua a pré-produção de seu novo Cd, com canções inéditas, chamado provisoriamente de Lua Caiada, pelo selo homônimo. E começa a pesquisar, reunir, atualizar textos, crônicas, memórias e ensaios sobre cultura, que farão parte de um livro seu, a ser lançado esse ano.

Entre seus grandes sucessos estão: "Armadilha", "Verniz da Madrugada", "Tão Bonita Voz", "Ver-te Algo Teu", "Pátria Mãe", "Vim Vadiá", "Aquele Tempo do Julinho", "Legislativo", "Rapaz" e "Cristal".


DISCOGRAFIA:

• Paralelo 30 (ISAEC, 1978)
• Faz A Cabeça (single) (ISAEC, 1979)
• Juntos (Independente, 1981)
• Nelson Coelho de Castro (RGE, 1983)
• Força D'Água (ARIOLA, 1985)
• Veniz da Madrugada (Independente, 1996)
• Juntos Ao Vivo, com Bebeto Alves, Gelson Oliveira e Totonho Villeroy (RBS Discos, 1998)
• Coletânea (Barulinho, 2000)
• Paralelo 30 – Ontem e Hoje (Unisinos, 2001)
• Da Pessoa (Independente, 2001)
• Cartografia Musical Brasileira (vários artistas)(Itaú Cultural, 2001)
• Juntos 2 – Povoado das Águas (Atração Fonográfica, 2002)

DJAVAN




Djavan Caetano Viana nasceu em 27de Janeiro de 1949 em Maceió AL. De família pobre, aos 16 anos começou a tocar violão, que aprendeu de ouvido. Em Maceió, formou o grupo Luz, Som, Dimensão, mais conhecido como LSD, com repertório dos Beatles. Mudou-se para o Rio de Janeiro RJ em 1973, quando foi contratado como crooner na boate Number One.

Em 1975 foi premiado com o segundo lugar pela canção Fato consumado, no Festival Abertura, da TV Globo. No ano seguinte, gravou o primeiro LP, A voz, o violão e a arte de Djavan, pela Som Livre, que incluía uma de suas criações mais consagradas, Flor-de-lis. No final da década de 1970, suas composições adquiriram estilo de grande lirismo e letras com elaborados jogos de imagens. Em 1980, pela EMI, lançou o disco Alumbramento. Seu disco seguinte, Seduzir, apresentava trabalho percussivo com características africanas, incluindo sucessos como Açaí e Faltando um pedaço. Assinando contrato com a CBS (atual Sony Music), viajou para os EUA para gravar Luz, disco que incluiu a expressão "caetanear" na letra de Sina, retribuída por Caetano Veloso ao gravar a musica no LP Cores e nomes, em que usa o verbo "djavanear". Alem disso, Luz contou com a participação de Stevie Wonder na faixa Samurai. Em 1984 lançou Lilás (com Lilás, Esquinas, Infinito) e participou como ator do filme Para viver um grande amor, de Miguel Faria Jr. Ainda na década de 1980, gravou os discos Meu lado (1986), com Segredo, Topázio e Quase de manha; Não é azul mas é mar (1987), com Dou não dou, Florir, Soweto – gravado nos EUA, em inglês, como Bird of Paradise (1988) –; e Djavan (1989), com Corisco, Vida real, e cuja música Oceano, acompanhada pelo violão de Paco de Luccia, foi incluída na trilha da novela Top Modal, da TV Globo.

Seus discos, que passaram a mesclar diversos gêneros musicais, como samba, funk, musica de viola, baladas e ritmos africanos, tornaram-se sucesso no mercado brasileiro e internacional. Na década de 1990, lançou os CDs Coisa de acender (1992, Sony), em que aparece Linha do Equador, sua primeira composição em parceria com Caetano Veloso; Novena (1994, Sony), em que explora a tradição nordestina e faz parceria com a filha Flávia Virgínia na musica Avo; e Malásia (1996, Sony), que traz Correnteza (Tom Jobim e Luís Bonfá) e Sorri (Smile, Charles Chaplin, versão de João de Barro). Algumas de suas composições encontraram grandes interpretes, como Gal Costa (Açaí, Maria Bethânia (Alibi), Caetano Veloso (Oceano), Roberto Carlos (A ilha) e Nana Caymmi (Meu bem-querer). Nos EUA teve intérpretes como Carly Simon, Al Jarreau, Carmen McRae e o grupo Manhattan Transfer. Foram seus parceiros Artur Maia (Alivio), Orlando Morais (A rota do indivíduo), Gilberto Gil (Corisco), Chico Buarque (Alumbramento), alem de Cacaso, Aldir Blanc, Nelson Mota, entre outros.